segunda-feira, 31 de março de 2008

Cry - James Blunt

Lágrimas de cristal

Este laivo de loucura
que me percorre as veias,
incandescende-me,
provoca-me anseios,
suspende-me a razão,
em gorjeios...
Apenas a emoção vagueia,
por entre o sonho
e o pensamento
...
Sempre que te penso
em afagos de ternura
em lampejos de doçura
esqueço o ruim,
a esperança desfeita,
o desejo contido,
a verdade escondida...
Em devaneio,
esqueço-me de mim,
vivo o deslumbre assumido
que me faz padecer
de saudade brutal
feito enorme vendaval,
suplício entontecido,
em lágrimas de cristal.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Entre/laçada(s)...

Enamorada,
perdida de apaixonada,
constructo de aventurada,
de aprendizagem negada
em consequências
inimaginadas.
Inocências plasmadas
em ingenuidades complexas
de simplicidades anexas,
à solta,
desencadeadas
pelo uso desusado da razão.
Maltratada.Inconformada
porque confundida
e incompreendida.
Estéril o sentir.
Ignóbil o viver.
Embaraçada...
Entretecida.
Envolvida.
Enredada.
Entre/laçada(s)...

domingo, 23 de março de 2008

Perdida de frio

Devaneio de cansaços,
nos abraços dos parceiros,
enleados em espaços,
dianteiros,
com artefactos,
prazenteiros,
enredados no laço concelhio,
promessas de realização,
de partilha de ilusão,
sentimento fugidio.
Amigo sincero,
só na mente que mente,
plantio de semente
sem florestação,
nem fruto bravio...
Sêca de esperança,
perdida de frio...

sábado, 22 de março de 2008

Desistindo...

Dividida.
Infeliz na escolha
entre a razão
e a doce emoção.
De ilusão pintada,
definhando cansada
da falta de ti,
do abraço apertado
reflexo ambicionado
da ventura de viver...
Dividida.Entristecida.
Incapaz de ver a luz
ao fundo de tudo,
desistindo de amar,
desistindo de ser,
e de esperar,
desistindo de ser feliz...

terça-feira, 18 de março de 2008

Com o ego no poço...

Tenho o ego no poço
e a vida escondida,
por entre o nevoeiro,
num fosso domingueiro,
do fosforescente laivo,
que no sopro de ser
implode e certeiro
sacode lampeiro,
a vontade de viver...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Dios Como Te Amo



Gigliola Cinquetti

Gigliola Cinquetti - NonHolet

Aragem de mulher...

Dar-me como modelo
é algo que perdi
no dia em que te olhei
e te vi, despido para mim.
Faz tempo esse olhar...
Foi faísca de escrutínio
Desde então, é como se,
em cada dia te quisesse
um pouco mais de cor...
É rebeldia este sentir,
este gostar que me aniquila,
tanto mais do que poderia
alguma vez imaginar...
Receio não concretizar
o sonho que invento
em cada madrugada
num pouco mais de cor
nos teus olhos doces
que me enebriam
e me suspendem...
Invoco o teu corpo
na nudez da minha alma,
meu sonho pastel,
modelo de outras paragens
aragem de uma mulher...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Soluço saudade...

Ofereço a brancura,
da minha candura,
em pele de cetim,
e tu dizes que sim.
Mas ao contacto,
afastas o afago,
e sais do caminho,
tão de mansinho,
que a sedução,
se esfuma em raiva,
de indefinição.
Sobrevém a surpresa,
suprimo a vontade,
domino a natureza,
contra o desejo
uivando tristeza.
O sonho vai morrendo,
ficando distante,
aquele encantamento
que me envolvia.
Escorrendo silêncios,
adenso os vazios,
chorando certezas,
anulando desafios.
E constrangida,
soletro liberdade,
relembro magia,
soluço saudade.

terça-feira, 11 de março de 2008

Sinatra Jobim, the Lost Tape (1969)

Nada mudou. O sentir...

NADA mudou, só a distância?!
Tudo MUDOU. Até o silêncio.
E O SENTIR,
esse DEIXOU vazios,
num esparso EXISTIR
de DESEJOS fugidios,
de CERTEZAS duvidosas,
de VERDADES INVEROSÍMEIS,
de RELAÇÕES IMPROVÁVEIS...
Num acervo, A SAUDADE,
DE CONFIANÇA e verdade,
ESPARGIDA, frustração,
DE VONTADE controlada,
devaneio INSONDÁVEL,
É INSOLÚVEL CONDIÇÃO...
QUANTA ILUSÃO traçada,
em rasgos ESFACELADA...
Quantos DESENGANOS sofridos,
inutilmente NUTRIDOS,
por DESLEAIS companheiros...
Brutais ENIGMAS, postados,
rituais DOLOROSOS marcados,
por PERCURSOS trapaceiros,
esperanças desfeitas,
caminhos OMITIDOS...

domingo, 9 de março de 2008

Migalhas

«Não digas nada, dá-me só a mão. Palavra de honra que não é preciso dizer nada, a mão chega. Parece-te estranho que a mão chegue, não é, mas chega.
(...)
Vou contar-te um segredo: há alturas em que as migalhas ajudam.»

António Lobo Antunes

Navegar sintonias

Quanta ânsia inusitada,
nunca antes acordada,
nem até tão definida.
Como poderá ser perdida
esta ânsia de liberdade,
tão intensamente sentida?
Galgam-se escadas,
procuram-se cadeias,
sugerem-se correntes,
em nós avaliadas,
de naus naufragadas,
a trote gizadas,
num galope instado,
desejo truncado,
em sonhos invocado...
Desabafos plenos
em dias amenos,
claros de magia,
em soberba valentia,
navegando sintonias,
promovendo sinergias...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Que escolhas fazer?

Inibem-se os folhos,
nos caminhos solitários,
nas contradições,
afirmadas aos molhos
nas capelas,
iníquos santuários,
atrevidos e cúmplices,
de imberbes signatários,
distintos munícipes...

Desejando conjugar
pequenos reforços
nos percursos trilhados,
de sofridos esforços,
nos enormes tratados,
que um dia concebi...

Ideais defendidos,
de causas não esquecidas.
São sabores adiados,
valores conturbados,
em dias desiguais,
de desejos carnais,
subtilmente contidos...

Que escolhas fazer?
Que veredas percorrer?
Que atitudes tomar?
Que sorrisos espalhar?
Que esperança manter?

...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Desistir de mim... Reisistir a ti

Descer precipícios,
ultrapassar ligeira,
certos sacrifícios,
que em nus edifícios,
doei de bandeja...
Voar planando,
rasar o infinito,
lembrando veredas,
d'outras primaveras,
combinando quimeras,
que um dia vivi
e rapidamente esqueci...
...
Devo desistir de mim
para poder ser capaz
de te resistir a ti...

Katie Melua - 'If You Were A Sailboat'

Meu porto seguro...

Rouca, a voz da emoção,
reflectindo satisfação,
na conduta e no caminho,
plenamente construído,
assertivamente defendido.
Ternura na voz,
tremente desejo,
sedenta loucura,
de estarmos sós...
Sonho conjugado
no tempo de ser,
no modo estar,
abraço balsâmico,
profundo sucedâneo,
do segredo de amar...
Denso e perfeito,
sentimento puro,
em esperança ávida,
carente delírio,
meu porto seguro,
de realização magna.

terça-feira, 4 de março de 2008

I can do it!...

É a memória à solta,
aos saltos,
grotescos,
sem percalços,
nos recantos da saudade...
Acreditar,
é ainda o lema.
Confiar,
é a bandeira.
Superar-me-ei.
I can do it!

Bem vindos!

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