domingo, 30 de dezembro de 2007

Conto as horas...

Perdida numa noite de insónia,
mal dormida, mal parida,
cansada de ti, fantasma de mim
que insiste, persiste, resiste...
Conto as horas
nos ponteiros luminosos,
que em frenesim,
galopam madrugada fora,
envolvendo o pensamento
num abraço sedento,
da tua presença memória...
E sinto-te ainda assim,
meu amado querubim,
meu desejo fascínio,
cujo encanto me namora...
Não dou por perdida a noite
porque te penso e me envolves,
em predilectos recantos,
de húmidos espasmos lassos,
de cansaço enebriante,
onde te surpreendo amante,
pleno de tão profundo encanto...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Abdicar...

Abdicar:
dos dias cinzentos,
das manhãs mal humoradas,
das noites assombradas,
das amizades nefastas,
das palavras supérfluas,
do sentir sem retorno,
do viver sem sentido,
do sonho impossível,
do desejo inoportuno,
da esperança infundada.
Abdicar de ti
para não desistir de mim...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Que vazio é este?

Vácuo, vacuídade...
Mesmo quando o eco soa,
ainda sonoro e forte,
preso às vísceras,
no interior do corpo,
desconexo, caótico.
Vazio ainda mesmo,
quando no refúgio,
empresto serenidade
ao desacerto natalício,
ao desengano apressado,
dos dias que se esgotam
no gostar d'outro em ti...
Ainda olho ontem
para ver-te destemido,
arrojado face ao perigo,
valente e humano...
Hoje, o espelho devolve
o reflexo disforme,
a veleidade do ser,
num parecer íntegro,
que quero reter...

Mas, que vazio é este
que (pre)sinto persiste?!...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Afinal...

A leve certeza de, afinal não ser tão excepcional, de não ser tão especial, de não ser tão diferente...

Vem ao de cima o que supostamente inexistia (porque impensável existir num ser grande, autêntico, num esprito sábio)...

Afinal o crescimento depende dos olhos de quem vê e sente e dos patamares em que cada um se encontra...

Crescer sim mas com termos, sem pressas, para que a vida valha a pena, plenamente...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Desesperança

Tudo continua,
como a chuva:
muito intensa,
mas fria e húmida,
seguida de ventania,
de recolhimento,
de retraimento,
de desesperança...

domingo, 16 de dezembro de 2007

Soa eco repetido de mim

É o eco que no grito,
repete o mágico mito
da esperança soalheira,
que no entardecer outonal
se gorou de expectativa
e tremeu de desdita,
acabrunhada, desfeita...
Repetindo-se o som,
na profundeza do ser,
ecoa em efeito tic-tac,
destemido feito Balzac,
esperando o amanhecer...
Soa eco repetido de mim
neste indo inseguro,
reinventado a mãos de cetim,
nas carícias virtuais
que a imaginação de ti
tece em silêncios actuais...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Choro a saudade de ti

Na envolvência da manhã,
despida de vontade,
acabrunhada com o sonho,
saio desnorteada.
A brisa envolvente,
lembra o segredo,
o bálsamo encontrado,
derramado na sedução
do desenvolto suspiro.
Entrego as armas,
esconjuro os mexericos,
organizo o futuro,
escrevo as decisões,
(re)desenho a esperança.
Aquando do regresso,
choro a saudade,
silenciando o desejo
e a vontade de fugir...
Sigo entretanto viagem,
em cada dia de mim,
sem o sorriso de ti,
infelizmente ausente...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Que alento, que ânimo?

Sonhei contigo sim,
mas o escuro da noite,
fez-me ter medo da vida,
e o corpo desapareceu,
no breu denso do sono,
esfumando o desejo...
Tenho medo de te não ter,
de não saber mimar,
de te perder,
mesmo sem ter ganho,
mesmo sem aquele laço,
sem o sorriso seguro,
sem a face firme,
de quem contempla o céu,
e integra o sol,
para lá do horizonte...
Quero-te tanto,
que a desdita é pranto,
na expectativa da vida...
Que entusiasmo?
Que alento, que ânimo?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Quero-te tanto

E o cheiro,
e a pele?...
E no doce olhar
(transparente,
inseguro,
trémulo,
perplexo,
sedutor),
a vontade,
o desejo
de te beijar.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Sonharei contigo

Sonharei contigo uma vez mais,
meu rapaz dos vendavais,
dos abraços fraternais,
de cansaços triunfais...
Sei que sonharei ainda, contigo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Desejos de encantar

A rede de malha curta,
apanhando o inesperado,
enquanto o imprevisivel
acontece em suspenso,
de olhos fixos atónitos,
estupefactos, pasmados,
incapazes de aceitar
a complexidade do simples.
Nesta rede de suspiros,
verdejantes aturdidos,
constroem-se desacertos,
desgraças de sentir,
ânsias de desesperar,
desejos de encantar...

Quantas vezes...

Quantas vezes, ao ler-te, percebi que o sentido da vida é bem menos compreensível porque nos virámos costas?... Que nada mais vale quando jogamos para o alto o desejo de fluir, a vontade de realizar, o sonho de acontecer?...
Quantas vezes, ao ler-te, me dei conta que deixei do lado de fora a esperança de ser feliz porque queria isso contigo?...
Quantas e quantas vezes, ao ler-te, verifiquei que a desilusão não arrancou de mim o sentir, o querer, o calor, o sabor e o saber-te a "outra face da moeda"?...
Quantas e quantas vezes, ao ler-te, reconheci a cumplicidade, a partilha, a expectativa e também o silêncio, a ausência, o desespero, o sofrimento, o vazio de ser?...
Quantas e quantas vezes, ao ler-te, pretendi interpretar e infelizmente chorei porque incapaz, não percebi, não entendi, não compreendi?...
Quantas e quantas vezes, ao ler-te, decidi esquecer-te e não mais lembrar sonhos ou inventar esperanças?... Mas fechar a porta seria o mesmo que fechar os olhos, caminhar sem orientação, fugir sem ter para onde...
Quantas vezes te odiei por te amar e me detestei por te querer, sem conseguir ultrapassar, sem ter razão para viver?... Quantas, quantas vezes?...

domingo, 9 de dezembro de 2007

Ignóbil veleidade

Voa o pensamento,
lembrando o sorriso,
as mãos, o mimo;
lembrando o silêncio,
o desejo, a vontade
e a veleidade do ser;
lembrando o rubor,
e a certeza do sentir,
o torpor da paixão...
Bebendo a força,
na expressa sensação,
do saber da razão,
do querer fazer acontecer...
Em demência prematura,
esperando com saudade,
a verdade de então,
feita falsidade agora,
presa à sagacidade,
da ignóbil veleidade,
do sentido da emoção.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Encantamento

Encanto, sedução, fascínio.
E o desejo? Tão intenso!...
E o sorriso? Tão sincero!...
Confiar, acreditar, esperar,
verbos novamente conjugados,
numa cumplicidade tácita
de entusiásticas partilhas,
em enunciadas convicções,
tranquilamente aceites
e completamente assumidas.
E, o caminho a crescer,
numa descernida vereda ,
delineada com firmeza,
em silêncio a acontecer.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Dizer não e sorrir

Tudo está a ruir,
paz podre a fluir,
cada qual a camuflar,
seu sentimento,
a esconder a pressão,
denunciando o não,
que se avoluma.
Voltar costas, sair,
para não desiludir,
para não expôr,
a desilusão, o desamor,
a falta de solução.
Sair para fugir,
para dizer não,
sem deixar de sorrir...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Eu sei...

Vontade de ser...

(Re)bola a bola no relvado fresco,
(re)acende-se o lume na fogueira acesa,
transborda a água da margem,
reflecte-se nela a lua brilhante,
e a noite abre-se num clarão distante,
de inúmeras sinfonias criadas,
que transmitem a magia da emoção,
no enlevado sentir do coração...
Aí vou eu sem olhar para trás,
transportando no peito o querer,
e nas mãos a vontade de ser...
Quero tratar da minha rosa,
dedicar-lhe todo o tempo do mundo,
deixar-me cativar e cativar também,
na doce libertação que o amor tem...

Marejar...

Alvíssaras pela partilha,
e também pela confiança...
Surpresa uma vez mais...
Não compreendo o marejar,
apenas sei do que me lembro,
e da vontade de te abraçar.
(Re)vejo o medo em teus olhos
e sinto uma raiva muda surda
por não te poder provar
que é maior que eu,
este desejo que tenho de abafar...

sábado, 1 de dezembro de 2007

Confiar é outro patamar de ser

Confiar, é palavra mágica que permite discorrer e partilhar cumplicidades. Palavra que possibilita a troca de pontos de vista e ideais que orientam, abrindo caminhos de luz pela segurança que transmitem...
Confiar, é saber e sentir (ainda que a muito custo pela convivência desgastante com quem não se enxerga) que vale a pena sorrir...
Confiar, é compreender que há conversas que são bálsamo, acabando por sentir que de facto a vida tem algum sentido...
Confiar, é andar sem parar. É caminhar fazendo o acontecer. É crescer no fio da navalha para perecer um dia, longínquo, com a certeza da tarefa concluida...
Confiar, é intuir um outro patamar de ser que se reflecte na serenidade com que damos a volta por cima e na certeza com que abraçamos a vida...

Bem vindos!

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