sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Rasando o precepício...

Em cada instante,
anseio longa e profusamente,
por um pouco de calor.
Cada pedaço do meu ser,
espera nesgas de sentimento,
no encalce da ilusão de felicidade,
pela garantia de liberdade,
reconhecida na partilha,
na vastidão da pertença,
no silêncio do não dito,
inaudível, porque infinito.
Rasando o precepício,
da soberana entrega,
hesito, vacilo perplexa,
perante o matreiro sorriso,
do sedutor e zombeteiro desejo,
transformado sem pudor,
e sem remédio,
e sem jeito,
em estranho sobressalto
de irredutível esquecimento,
negando o deslumbramento...

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Total incompreensão

Novos rumos, por que não?!
Para quê lutar, correr, saltar?
Se o ganho for a serenidade,
vale a pena desistir,
apesar e por causa
do aperto contido,
do sofoco,
da mágoa da perda,
da ausência do abraço,
da fuga da partilha,
da distância,
da negação,
e também e mais ainda
da total incompreensão...

Fui e ...

Fui e eis-me de volta,
sem volta, nem anseio...
Desligada,
sem elos, sem interesse:
desunida...
Desprendida, abnegada:
vencida...

Quero enfrentar o dia,
qual fénix renascida,
impávida, destemida,
arrojada, decidida,
sem desejos ou sonhos,
sem desatinos,
sem devaneios...

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Vou...

Vou...
Levo a saudade comigo,
não apenas por vos deixar,
mas também pelo degredo,
em que me vou encontrar...
Vou...
Sei o sabor da insatisfação
e tudo pelo que passar,
terá verdadeiro sentido,
se teu aconchego (re)encontrar.
Vou...
Mas voltarei a este lugar
para contar como foi,
e também me (re) confortar,
no (re)encontro comigo mesmo.

Até um destes dias!...

Cause to love you

Quem me leva os meus fantasmas?

Oportunismo calculista

Palavras. Músicas. Imagens.
Emoções. Razões. Desrazões.
São os ingredientes da vida,
os faróis de nevoeiro
que alumiam sem parceiro,
e cuja luz guia humanos passos.

Poesia suportada em esteios lassos,
valores dignificados mas não intrínsecos,
achegas de "raposa" em cio perigoso,
como perigosa é a aproximação...

Reconheço-a ao longe,
ainda distante mas já assumida,
com cálculos precisos, frios,
e a finalidade promovida...

É louca a impressão,
mas certo será o objectivo,
não importando os meios,
nem os sentimentos...

Com tantos acertos e desacertos,
não será a vida matreira,
quando a verdade derradeira,
vier ao de cima um dia?...
Quem sabe, serei ainda viva!...

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Parto

Parto.
Com o coração preso,
amarrda ao sentimento,
sofrendo pelo abandono,
pela saudade de nada.
Parto.
Com os olhos rasos de água,
e o coração apertado no peito,
feito azeitona em conserva,
desesperado, plangente.
Parto.
Levo no peito a certeza
que a ilusão foi sobremesa
e o acreditar, devaneio.
Parto.
E o soluço seco corrói,
tanto que dispara o medo,
de não poder usufruir,
do sol de cada manhã,
do delírio da mamã,
de me sentir em degredo.
Parto.
A estranha sensação de leveza,
desta vez não me acompanha,
e, de mim, tenho tanta pena...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Bem vindos!

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