quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sair dos laços

Sair dos laços baços,
(cujos abraços molestam),
num voo picado,
rasgado,
volteando a liberdade,
abandonando o alvo,
e a conformidade.
Fugir. Rumar ao infinito.
À loucura do meu
e do teu grito.
Fugir da saudade.
Amar para esquecer,
reencontrando liberdade.
Quero viver noutro lugar,
noutro ser,
para novo acontecer...

domingo, 18 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009


Retirado daqui

Ausência de ti

São tantas as saudades
que quase sufoco,
que quase enlouqueço.
É a falta sentida
elevada a infinito.
É a vida rechaçada,
o tempo que veloz,
arruína a esperança,
a ilusão do teu abraço.
A solidão adensa
o ar irrespirável no espaço apertado,
feito górdio laço.
Presa nos esporões da impossibilidade,
nos muros labirínticos da verdade,
penso-te, sonho-te,
numa procura incansável de ti,
de liberdade…

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Paradoxos de ser e acontecer

De estômago embrulhado,
de sentires contraditórios
e ambíguos pensares
escondo-me, de mim,
no inferno do ser
em cada amanhecer.

Encafuar a cabeça
no fundo da areia
esperando que o vento
a afunde, e sem alento,
agonizar,
sem espectadores nem rancores,
seria melhor, aposto!...

Que consciência aflita
duma (desta) vida em desdita,
que desfila, feito fita,
e se amofina,
em contradita sina,
e exangues suspiros
desafiando longos vazios
de ser e acontecer...

E caminha e vacila, e soluça.
E avança sem encanto...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O tempo...

O tempo voa, sem descanso
embora no remanso de ser,
convoque nostalgias
de memórias fugidias
de um tempo por acontecer.
Enquanto esconde, nos silêncios,
os desejos incandescentes,
voa lesto de saudade
e de vontade de viver.
De permeio, desnuda o seio
dos afagos envergonhados,
cristalizados,
na memória do sentir...
Se, quando morrer, puder ter
um momento apenas meu,
quererei pensar de novo
nesses laivos de prazer
sonhando-os num todo,
como estando a acontecer,
ainda e sempre, amor...

Bem vindos!

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