O gelo venceu...
Envolta em silêncios,
em olhares desnudos,
perante vós,
vestidos de entrudo,
a desandar a roda,
a desfazer a nódoa,
a derrubar o muro...
Desisto e resisto,
batalho e mergulho,
nesse deserto avaro.
Quão brusco reparo!
Quase me suga,
essa areia muda.
Quase entorpece.
Denota o cansaço,
por falta do abraço,
ao vento sueste?...
E a nuvem branda,
de novo desanda,
ameaçando chuva,
após sinistro desdém,
registo agreste,
que me detém...
Por que me magoas?...
Trazes o manto de breu
assobiando vampiros,
mostrando os gemidos,
da dor das escolhas
que o gelo venceu,
e a esperança matou...
Caminho negrume,
nefasto perfume,
que me envolveu
e me encantou...