domingo, 30 de setembro de 2007

Curtindo a fossa...

Curtindo a fossa,
da lua minguante,
calcorreio à chuva,
peregrina, caminhante...
Batem-me no rosto,
os pingos frios,
as gotas gordas
escorrendo,
por entre os olhos,
pelos desânimos,
e pelos desenganos,
sem controle e sem limite,
irrompendo sem contento...
Choro com a chuva,
a dura desilusão,
e também a crua sina
de me saber sozinha...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Inutilidade

Se o mundo não estivesse a desabar,
seria tão mais fácil...
Apetecia-me desistir de vez.
Largar tudo, fugir...
Estou sem força para me sustentar...
Dói-me reconhecer-me cinza e pó...
Sinto-me absolutamente inútil...
Hoje tenho vontade de morrer...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Equívocos...

Equívocos, vários,
sempre com afastamento,
tensão e constrangimento...
Eras outro, outrora...
Que suplicio esta vida,
este enorme vazio,
eterno desejo de cristal,
plantio de vendaval,
incontrolável, avassalador...

É silêncio adunco, defunto de solidão...

"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo" Bernard Shaw

Se, como diz Bernard Shaw, o silêncio é a expressão do desprezo, realmente sinto-me profundamente desprezada, completamente humilhada...
Por que me desprezas tanto? Será que o silêncio pode ser outra coisa, poderá querer dizer algo diferente?
Porquê a existência de tão profundo silêncio? Por que razão esse silêncio se torna leitoso com o findar das manhãs, se adensa no decurso das tardes, tornando-se pastoso como o desencadear da noite?
Dói-me a balbúrdia do silêncio, o barulho ensurdecedor da tua presença na minha memória, o ruídoso silêncio do teu olhar quando me interpelas...
Dói-me a arrojada vertigem de me saber intocável nos ecos do silêncio que as tuas palavras constroem quando comigo conversas...
Dói-me fixar-me nas amarras deste meu decrépito desejo de me superar nas palavras que aos atropelos se me colam nos silêncios assumidos dos sentidos inaudíveis que teimam em prevalecer em não ditos, para descomprometer.
Desprezo? Sim. Sentido na feira, na eira, na beira e à soleira do interior do meu castelo... É silêncio adunco, defunto de solidão...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Explode Coração

Vou até onde me doam as mãos...

E a fada sorrindo,
depressa saudou
a gota de espuma,
que rapidamente secou...

Estrela cadente,
vestigio de luz,
letra agonizante,
que ainda seduz...

Rosto de ternura,
carícia de sonhar,
segredos de ser,
retidos no olhar...

E a fuga serena,
de desejos contidos,
valendo sorrisos,
resgatando abrigos...

Resisto a custo,
intensifico o muro,
escolho não pensar,
caminhando no escuro...

E vou, até onde me doam
as mãos que me libertam,
caminho, até onde me guiem,
os olhos que me matam...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ainda dói o silêncio...

E ainda, de novo,
aquele sentimento louco,
o desassossego intenso,
o desespero e a dor,
de te reler e me entontecer,
e me perder nas tuas graças,
no teu encanto sedução,
e reconhecer vazio,
angústia e decepção...
E o aperto do peito,
o soluço seco perdido,
por entre as palavras vãs,
tão inúteis e insignificantes...
Ainda dói o silêncio...

A dádiva de uma entrega adiada...

Em vez de apaziguar minha ânsia de ser,
Tua presença/existência,
Potencia e intensifica o desejo.
Embora pacificando o quotidiano,
Colmatando incertezas e descrenças,
Glorificando ideais e verdades defendidas,
Provoca(s) torrentes impetuosas,
De sentimentos contraditórios,
Incontroláveis emoções em conflito…
De cada vez, um pouco mais me obrigo a viver,
Resignadamente, cada silêncio do tempo,
Cada momento sem planos, sem lamentos,
Com um maior isolamento interior,
Uma maior solidão não partilhada,
Assaz intranquila…
Lutei tanto contra este sentimento!...
Quis deliberadamente fugir,
Esquecer o deslumbramento
Evitando a louca caminhada, sem retrocesso,
Em que acabei por investir,
Oferecendo-me e expondo-me,
Na dádiva de uma entrega adiada…
Porém, não foi possível escapar ao fluido, ao flash…
E, em abandono completo, revivo cada segundo
Do instante de intenso e pleno prazer
Que espero ainda, um dia, viver…

domingo, 23 de setembro de 2007

Foi-se o bulício...

A rotina espreita,
anunciando sacrifício.
Foi-se o bulício,
e com ele o desafio,
a densa presença,
na pertença de um sonho,
trazendo de volta,
o cansaço medonho...
Mas, com ele virá também,
a espera abnegada,
de intencional fervor,
a vontade iluminada,
pelo intenso entusiasmo,
de partilha e amor,
com que te espreito
e reparto com alguém.
E, se nada mais valesse,
restava a satisfação
de uma mãe que recebe,
um beijo de gratidão,
depositado no rosto,
com enorme prontidão.
Mas, é já saudade,
a lembrança de então,
pautado de ansiedade,
de desafio e compreensão,
retido na cumplicidade,
na memória da partilha,
fruto de profunda emoção.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Sentimentos soltos

Foi tâo rápido que esqueci.
Mas, serenamente venci,
tamanho deslumbramento...
Pensei os dias cansada,
perdida e solitária,
mas dei-me conta
e quase sempre,
senti-me sorridente,
parecendo-me outro ser,
capaz de tanto acontecer...
Impensável este efeito,
antes deste intenso sentir,
mesmo antes deste viver...
Porém, houve gestâo de mestre
e esta intençâo campestre,
realizaçâo proporcionou,
com crescimento profundo.
E, foi quase de afogadilho,
que desliguei qualquer rastilho,
para poder ser outra ser,
lembrando quem me encantou...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Quis-te mais do que outrora

O marulhar das ondas,
a agitaçäo da manhä,
o silêncio da luz,
o fresco da brisa,
o sorriso nervoso,
a singularidade
e a certeza da vida,
em cada esquina escondida,
o vaguear pela cidade
e a maresia, saudade...
Quis-te mais do que outrora,
penso-te a cada hora,
(re)invento-te
e (re)definindo-me,
espero-te convictamente,
reganhando expressamente,
a certeza de te querer...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Eis-me de volta

Aqui estou de volta,
capaz de sorrir,
alegre por caminhar,
saudosa por compartir
na ausência do modelo,
sem garantia de retemperar,
da agonia de te nño ver,
desejosa de me dar,
para também receber.
Aqui estou, de volta,
fresca e sem perceber
como a vida pode ser
um eterno devir,
um profundo acontecer...

Vou ali, já volto...

Com pezinhos de lã,
pela manhã,
sem que se ouça,
sem que se saiba,
vou ali, já volto,
despir a saia...
Sonho-te esperança,
maduro o desejo,
verde a temperança,
vou ali, já volto,
um poema num beijo...

domingo, 16 de setembro de 2007

sábado, 15 de setembro de 2007

A ti, a minha eterna gratidão.

Fizeste-me acreditar que o sol está sempre no horizonte, por mais que as nuvens o tapem... Rasgaste horizontes, proporcionaste-me outros olhares pelos desenhos que foste delicadamente construindo nos meus dias de labuta inconsistente...
Num complemento de imensa partilha, acreditei que poderia ser outra, pela profunda cumplicidade pressentida, apenas possível entre sensibilidades especiais e próximas dos ideais e dos sonhos de mudança das realidades estáticas, tão tradicionalmente aceites e estanques e tão absolutamente cristalizadas e redutoras, tal qual o descrito em "O Nome da Rosa" de Humberto Eco, secundado pelo "Mundo Imaginado" de June Goodfielf e cuja figura do "velho do Restelo" tão bem caracteriza e evidencia... Senti-me par, alma gémea, com tanto em comum e tão necessitada de um ombro amigo, de um peito aconchegante, de uma mão orientadora, de um colo balsâmico, de uma aceitação protectora que me proporcionavas... Senti-me de novo menina, jovem e princesa de um reino que se me apresentava sedutor, que desabrochava num tropel de cores, sabores e odores, tão vivo e tão intensamente rico e cativante que, a custo, a muito e pesado custo, poderia olvidar-se no seu deslumbrante reflexo espelhado, qual arco-irís engalanando o céu em tarde de tempestade... E, foi neste encantamento sublime que construí os alicerces que hoje me dão algum conforto e me fazem sentir com uma enorme segurança (totalmente desconhecida e impensada), relativamente ao que quero e espero da vida... É bom quando, como hoje, sinto que há carinho e valor e ... calor, nas gentes que me rodeiam.

Beijos lassos

Beijos lassos,
húmidos, gostosos,
línguas vibrantes,
mansos amassos,
imensos abraços,
verdes e longos,
grandes espaços...
E, que é dos laços?
Dava jeito...
Óptimo seria,
criar compassos
e neles satisfação:
a libertação da pulsão...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Faz de conta...

Faz de conta que a vida, lá fora é apenas penumbra e que se vislumbra já sem valor, somente por entre as lentes difusas, gastas e desbotadas, velhas e desfeitas...
Faz de conta que não aconteceu nada, nunca, nas manhãs de nevoeiro...
Faz de conta que os sentidos são vazios, ocos de sentimento...
Faz de conta que fazemos de conta, que somos gente feliz...
Faz de conta... Por que não?
Hei-de abrir as asas e também fazer de conta, porque sim...

Sinto desejo de ser...

Por entre rosas e cardos,
vagueio ensandecida,
presa embevecida,
de um desconsolo profundo.
Coloquei em lume brando,
toda a minha fantasia,
descobrindo, acabrunhada,
que perdia, a cada dia,
cada vez mais,
a companhia,
a cumplicidade,
a partilha,
que para outra fugia,
desta feita,
para uma vadia.
E, com algum à vontade,
(apesar de chorar saudade)
aceitei mergulhar no nada,
e esperar pela madrugada,
de um novo amanhecer,
lento,
na bruma do parecer.
E, neste louco padecer,
de ter deixado de lado,
o terno e doce querer,
na fuga do desprazer,
sinto desejo de ser,
apenas a namorada,
da sombra,
ao entardecer...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

E tu...

E tu tão longe,
tão distante e ausente,
na presença eficiente,
do silêncio assumido,
da razão soberana,
"ice player", seguro,
com percurso firme traçado,
num desenho aprimorado,
dorido de espartilhos,
mas recto de ideais,
e de sonhos alicerçados,
que te fazem mais humano
e tão fielmente amado,
apesar dessa distância,
desse silêncio marcado.

11 de Setembro: memorável espanto

Neste diário do meu (des)encanto,
foi um dia de memorável espanto
e de excelsa riqueza,
pelo empenhamento de tantos,
na verdadeira sinfonia,
da verdadeira partilha
de valores e anseios...
Quanta gratidão,
por este lugar charneira,
este cargo de eleição,
que congrega na dianteira,
tantos esforços concretos,
para a radical mudança,
abolindo sem sentidos,
promovendo alianças,
num esforço de equilíbrio,
numa atitude de esperança.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Hoje, mais difícil que ontem...

Tanto silêncio e tanta azáfama, tanta luta e tanto atropelo, até me fazem saltar da cadeira. E, ter de suportar tudo, com serenidade, é uma façanha e tanto...

Metáfora.

És a minha metáfora:
a magia de te saber,
a certeza de te querer,
a alegria de te sonhar,
o silêncio de te amar.

Terá valido a pena?!

Terá valido a pena,
dar-me tanto
e tão profundamente
que a limite me desconheça?
Não percebo esta cena,
este escorrer de Afrodite,
esta efervescência de apreço
que por ti nutro,
num turbilhão de emoções,
que desagua na noite,
envolto em silêncio,
com manto de desejo
no suplício de um beijo,
que tarda em chegar...

O fosso adensa-se...

O jogo já vai alto,
a parada foi ao rubro,
os trunfos foram saindo,
um a um, em seu lugar,
fazendo adensar o fosso,
que se avizinha a ressoar.
Aproximando-se do final,
cada jogador mostra a limite,
a experiência triunfal,
observando o maestro,
o desenrolar da estirpe,
de cada apostador lesto,
que se arroga o direito,
de se dar por satisfeito,
porque se julga alguém,
quando inibe o outro além,
sem pesar nem compaixão,
mostrando sem suspeição,
que a equipa é um ideal,
que até nem vai nada mal,
se assim se mantiver.
Ora, esta equipa maravilha,
nada mais é do que um grupo,
cujo valor de partilha,
está muito aquém e devoluto...
Mas, que importa tudo isto,
se com tanta ousadia,
até se celebram largos feitos,
e se edificam sintonias,
em quotidianos solarengos,
ainda que sem grandes pedagogias,
mas sem quaisquer contratempos...

domingo, 9 de setembro de 2007

sábado, 8 de setembro de 2007

O caminho estreita-se...

Calcorreando o caminho,
vou largando nas beiras,
os desejos, as quimeras,
os segredos, as esperas,
os desgostos e os prantos
que delineiam as margens
das desilusões, dos desenganos...
Descubro que os limites,
se estreitam lentamente
provocando enormes quedas.
E, os tropeços são tantos,
que temo que o fim,
também se aproxime de mim.
Já não é o mesmo caminho,
é um carreiro estreitinho,
sinuoso e acidentado,
que me entrava o percurso
e me mostra à evidência
que o amor é um discurso,
vazio e sem consistência...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

É preciso sentir o encanto

Dizer não chega,
é preciso mostrar
o que os olhos dizem.
Será que dizem mesmo?
É preciso sentir o encanto,
ouvir o silêncio indizível,
da magnética energia fogosa,
que o contacto trará
em faísca imperdível,
do desejo saciado,
da ternura contagiante,
da sedução encantada,
da magia deslumbrante,
do fascínio enfeitiçado
da arrebatada conquista...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Medo: sabor da perdição

Ai o medo, o medo,
que a medo se implanta
corroendo, cerceando
a vontade de ser gente,
o gosto de ser humano.
É um carrasco cinzento
subreptício e sedento,
que instiga ao degredo,
para guardar em segredo
a vontade de ser gente,
o gosto de ser humano.
O medo, expõe-se na anulação
na miséria da recordação,
de se ter sido forte,
submetendo a paixão,
ao demasiado humano
sabor da perdição.

Ligeira a satisfação...

Longo o dia.
Ligeira a satisfação.
Que é do reforço,
perante a abnegação?
Como e quanto dói a falta,
a ausência e o não dito,
o mutismo e o interdito!...
É adiado o carinho,
coarctada a emoção,
desfeita a expectativa,
destroçada a esperança,
transfigurado o sonho,
submergida a ilusão.
E, que é da vida,
e da realização?
Que é da vontade de ser,
do desejo de me perder,
no seio das tuas mãos?
Que é de mim e de ti,
se ignoramos os sentidos,
e sempre anulamos a emoção
para validar a razão?

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Hoje...

Hoje precisava de ti capaz de me dizer duas palavras de reforço individual. Necessitava de uns segundos especiais da tua atenção. Tal como outrora, como quando esperavas os meus "diários desabafos" de final do dia, tive necessidade do teu afago. Foi há tanto tempo já...
Hoje a nostalgia instalou-se e a saudade irrompeu...
Hoje aguardei a proximidade que se esfumou. Esperei um sorriso explícito que se ocultou...
Hoje ambicionei ser o teu ombro amigo, a tua companhia para poderes ser a minha companhia, o meu ombro amigo...
Hoje desejei um abraço franco, apertado, onde a emoção não se escondesse e a tua natureza apaixonada fosse espontaneamente vivida...
Hoje senti o apelo do meu coração pelo teu encanto. Imaginei-me puro espírito e enlacei-me em ti, toquei-te em pensamento...
Hoje suspirei por ouvir dizer-te que me queres e quis-te mais ainda... ...
Hoje almejei ser princesa de novo...
Hoje... quero ao menos sonhar contigo...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Achei um rumo

Achei um rumo,
aceitei um percurso,
descobri um sentido,
acolhi um tesouro...
Escolhi o diferente,
renovei o desejo,
sancionei a culpa...
Valorizei o riso,
defini a meta,
iniciei o roteiro...
E, hei-de ir assim,
andante, caminheiro,
no presente construindo,
o trilho brilhante,
do meu sonho latente.

domingo, 2 de setembro de 2007

Surge o mote.

Lanço a pena,
qual enxada batalhando
na rugosa assimetria
de chão arável,
seco de tanto pranto,
sedento de maresia.
Conjugo acordes,
irregulares elos
de vagares e desvelos,
que cantam a inspiração,
em secretas sinfonias,
desabafos de emoção.
São maravilhas balsâmicas,
de enorme gratidão,
pelo regresso do mote,
pela clareza do norte,
na certeza da realização...

Regresso do sonho

Regressa o sonho
e também a vontade,
o desejo,
a coragem renovada,
a certeza,
o lampejo da emoção.

sábado, 1 de setembro de 2007

Bem vindos!

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