sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sentimentos são pássaros em voo

«Somos donos de nossos actos,
mas não somos donos de nossos
sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que
sentimos;
Podemos prometer actos,
não podemos prometer sentimentos...

Actos são pássaros engaiolados,
Sentimentos são pássaros em voo.»

Mário Quintana

quarta-feira, 25 de junho de 2008

poetas andaluces

Sentimentos são pássaros em voo

«Somos donos de nossos actos,

mas não somos donos de nossos
sentimentos;

Somos culpados pelo que fazemos,

mas não somos culpados pelo que
sentimos;

Podemos prometer actos,

não podemos prometer sentimentos...
Actos são pássaros engaiolados,

Sentimentos são pássaros em voo.»

Mário Quintana

Como consentir a vida?

Pré ocupações são disfarce
da saudade valentia
com que enfrento a vida,
envolta em cobardia,
em tristeza maresia
de soluço, rebeldia...
Como ultrapassar a mágoa,
desilusão ventania,
deste coração desfeito,
desta louca nostalgia?...
Como suportar o dia
sem desejo ou desafio
sem a chama, melancolia?...
Como consentir a vida?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

E... (II)

E se pudesse ainda em cada silêncio,
encontrar a mão que me salvou,
da desdita de me saber perdida,
numa nuvem d'ilusão que se finou,
seria ainda a mesma ingénua flor
acreditando em ti, meu grande amor,
e em cada sorriso que reflectia,
a verdade de uma fantasia,
que queria então, tanto quanto tu.

Acerca-te a mi...



Rodrigo Leão

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Deslumbramentos

E o tempo resvala por entre os dedos,
escoa-se feito lânguido sussurro
bafejante de carícias expectantes,
convidativas, sedutoras, contagiantes.
Encantamentos sublimes,
veículos de magias envolventes,
em mimos e afagos surpreendentes.
Nem os silêncios escamoteiam
os sonhos mais profundos bordejantes,
de esperanças crentes e fecundas,
nas certezas deste sentir tão confiante.
Deslumbramento, puro desejo de ser,
intenso anseio de amar, convictamente,
a procura em ti, da vida e do saber.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Como te hei-de esquecer?

Na lástima da desdita
que se adensa,
na certeza
do silêncio que levita
do esquecimento,
no afastamento,
da distância contradita,
que sem ti vacila
e desata a saudade.
E a voz denota
o segredo de amar,
na pergunta nua,
na tristeza fina que vacila,
na pujança de um ser
que soturno definha,
no conforto de te saber
com ganas de poder voltar.
Como te hei-de esquecer?

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Que é da esperança?

Que importa a tristeza,
o desassossego,
o (des)encanto?
Que importa
se o seco soluço,
impede o engolir?
Que importa
se o investir
pereceu?
Que importa se
cada dia esconde
um suspiro,
uma decepção,
uma emoção,
uma ausência?
Que importa?!...
Que é da convicção,
da expectativa,
do sentimento,
do perdão?
Que é de ti,
do entusiasmo,
da paixão?
Que é da esperança?!

terça-feira, 10 de junho de 2008

É sina...

Tanto sacrifício é sina.
É a vida,
num sufoco envolvida,
num soluço infinito,
qual suplício inventado,
na imensidão do nada,
nesta porta já fechada,
em agonia inaudita...
Quanto não daria agora,
para poder, como outrora,
desistir do desafio,
silenciando o elogio,
a emoção e a razão,
e a vida neles inscrita,
e a força, e a desdita,
destes laços de querer,
que num singular padecer,
desata os elos da paixão?!

sábado, 7 de junho de 2008

Foi assim

The Road not Taken

"Duas estradas num bosque amarelo divergiam. Triste por não poder seguir as duas - sendo um só viajante - muito tempo parei.
(...) Naquela manhã ambas (as estradas) tinham folhas ainda não escurecidas pelos passos. Oh, guardei a primeira para um outro dia. Mas sabendo como uma estrada leva a outra, duvidei poder um dia voltar.
(...) Contarei esta história suspirando algures, daqui a muito, muito tempo. Duas estradas, num bosque, divergiam; e eu tomei a que era menos pisada. E isso fez toda a diferença."

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Robert Frost

Leave Out All The Rest



Linkin Park

I Remember You - Chet Baker

O fim do (Des)Encantamentamento

Dou-me um tempo para a interiorização do limite do meu voar. Quebradas as asas, resta-me a memória de um dos capítulos do meu (Des)Encantamento. E os poucos momentos antes do encerramento desta vereda servirá para me readaptar, reacomodando-me. Já sinto as margens a comprimir a minha ânsia de viver, a enfarpelar o quotidiano que se avizinha, a circundar com farpas os limites do meu reino dia, cerceando a minha liberdade devaneio...
Respirar é difícil quando a tristeza me invade profundamente. Intuo que não será mais possível lutar pelo sonho...
Na impossibilidade de um vislumbre de outro modo de ser, aniquilo-me vontade...
Dói-me respirar. Tanto quanto engolir o sofrimento de me saber "rebelde aprisionada"...

Eis-me resignação

Ainda tu, ainda,
na verdade da libertação,
na saudade da relação,
no horizonte da ilusão.
Por quanto tempo?
Em que registo?
Eis-me resignação
e saudade.

Veracidade do sentir

Imprevisivelmente, a solução surgiu.
A decisão brotou da escolha,
coloriu opções,
patenteou alternativas,
construiu possibilidades,
semeou oportunidades,
concluiu processos.
A vereda pela qual me movo,
ladeada de arbustos,
reflecte percursos airosos,
prados de novidades,
lagos de tranquilidade.
Finou o sonho, o oculto,
o menos ético, menos bom.
A insatisfação do querer,
mantém-se,
na veracidade do sentir,
na convicção de saber,
na certeza de não esquecer.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Rumando ao infinito teu

Sonhos espelhados
em cansaços doentios,
alicerces, plantios,
de esperanças danadas,
quinadas,
em esperas desdenhosas,
cúmplices, dengosas,
de convicções insanes.
Tristezas falsete,
em trilhos deleite,
surpresas lembrete,
de loucas quimeras
feitas desejo vão.
Quisera bálsamo sentir,
num azul primaveril
de profunda sedução
e outra seria eu,
de coração ao léu,
rumando ao infinito teu...

terça-feira, 3 de junho de 2008

A vida estagnou...

A palavra constrange,
o sentimento inibe.
O sol é, a cada instante,
submerso no negrume
de um céu enublado,
de um desejo truncado,
nos interstícios do saber,
nas agruras da decepção,
nos dilemas do coração.
Falta o olhar,
a certeza do reforço,
a garantia do valor,
o derrame do encanto
que no silêncio se perde
e na angústia se esconde.
Ressoa o desalento,
o desatino, a desilusão,
na falta de cumplicidade
no decurso da solidão.
Já não me surpreendes mais
nem me crias desafios
ou magias pontuais...
Amor, apenas chove,
o arco-íris não ocorre
e a vida estagnou,
num (des)encanto que marcou...

domingo, 1 de junho de 2008

A vergonha

Com esforço arrebatado,
contive as revoltas,
nos rios abruptos,
cansados tumultos.
Estancando desejos,
desatei a tristeza,
entregando de bandeja,
as profundas ilusões
de desalentos traçados
e encantos reprimidos.
Em vão acreditei,
descrente, esperancei
e, desiludida, chorei.
Com pedra sobre pedra,
o sentimento soterrei,
na vergonha que senti,
tão só porque te amei
e tal não esqueci.

Bem vindos!

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