Desespero
Reconhecidamente nada vale a pena na vida e, os sentimentos ainda menos valem... Desolada, nem as lágrimas já sou capaz de estancar... Gostaria de me reconhecer gente e, descobri, num reflexo, que nada fui e também nada serei, senão instante, na fugacidade do ser...
Apesar de ter interiorizado cumplicidades, interesses e maneiras de sentir próximas, tudo se perdeu no tempo, também com a distância... Vivi na inefabilidade das nuvens, fui alegria e riso e calor...
Depois veio a desordem e o caos, o não saber porquê... Passei em turbolinho pelo tempo e pela vida, num conflito profundo de emoções contraditórias, a fazer-me de forte, porque acreditei e quis acreditar que teria sido verdadeiramente alguém um dia...
Espero sobreviver sempre às derrotas na vida... Tenho ainda a expectativa de me tornar menos crente, melhor, menos crédula... Procuro na minha introspecção quotidiana atribuir-me valor para, sem precisar de reforços exteriores, poder sorrir verdadeiramente por viver intensamente o presente, a vida...
Escrevo porque desabafo e sei que não me lerás. Sou/estou desiludida, triste, e inconsolável... Infeliz por me saber esquecida... mas, viva ainda assim...