quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Cuidado!...

Sempre que temos pensamentos maus relativamente a alguém, acabamos por atrapalhar sua vida. Mas, as consequências desses pensamentos (as borras, os resíduos, a fuligem, o pó ...) ficam sempre em nós mesmos!
Convém por isso ter:
Cuidado com os pensamentos; eles se transformam em palavras;
Cuidado com as palavras; elas se transformam em acções;
Cuidado com as ações; elas se transformam em hábitos;
Cuidado com os hábitos; eles moldam o caráter;
Cuidado com seu caráter; ele controla a vida.


Retirado de: http://mar_azul.weblogger.terra.com.br/200503_mar_azul_arquivo.htm# -

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Desalento...


Desatino é o que sinto,
perante este destino, meu,
que desencadeia risota e cochichos,
ora escondidos, ora escancarados,
insidiosos, venenosos...
Falta a coragem da assunção,
a certeza da razão ou desrazão,
a segurança da opção sensata...

Dói a solidão da luta inglória;
o desassossego perante o ideal,
desconexado do real;

Dói o consequente devaneio
de quem crê num amanhã melhor...

Dói o (des)conforto da frustração,
o (des)alento do desejo,
o engodo da sedução...

Dói a ansiedade e o conflito,
o agridoce paradoxo inscrito,
na página deste meu (per)curso
em busca do crescimento,
em sucessivas etapas de comprometimento.

(Re)começar?


Tudo se conjuga para o fim...
O que é bom tem pouca dura...
Altera-se tudo (não para melhor!),
tudo muda:
Todo o mundo é composto de mudança,
já dizia o poeta...
Vai-se o meu porto de abrigo,
o local mais inclusivo,
sem ele a equipa perdura?!
Quem sabe?!Tenho dúvidas...
Fechar o ciclo, é mesmo isto?!
Estar votada ao fracasso, à desilusão...
Numa luta titânica pelo ideal,
realizado, conseguido, concertado:
viável, concreto, vivido, rico,
mas, finito!? Porquê?!...
Como fazer perante o inesperado,
o inacreditável, o espinhoso inadmissível?

Será que a vontade me acompanha,
na luta incessantemente
(re)iniciada,
neste trabalho árduo, pesado,
de lutar contra a corrente,
sem bóia ou colete de salvação,
onde a rede de suporte já rompeu,
e o estrado acolchoado "apodreceu"?!...
De olhos postos no chão,
braços e rosto caídos,
olho-me, esquecida, no reflexo
dos tempos idos
em que a esperança pintava
de tonalidades quentes,
acolhedoras,
a brumosa e fresca manhã,
e cujo sorriso ecoava,
ainda que distante,
em catadupas de encanto,
capaz de tudo aguentar
e fazer esquecer...

Valerá a pena começar de novo?
Não sei do que sou capaz!...
Receio afundar-me de vez,
na mágoa de um (re)começo (im)possível ...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Ilusão


Olhos nos olhos,
parecia que o teu doce olhar,
estava dizendo que sim,
que me querias beijar,
apesar da distância...
Parecia que seria possível
encontrar o mesmo desejo,
a mesma sede de um beijo,
como outrora...
Parecia: pereceu!...

A confusão do olhar,
não traduziu o querer,
o beijo tardou e não saiu...
Rompeste a barreira do silêncio,
mas as paredes da alma,
ficaram resistentes ao chamamento...
A surpresa foi sol de pouca dura.

Defraudada a esperança vã,
o sentimento de infortúnio,
de novo o desassossego,
perante o inesperado
feito momento irrepetível,
que destoa do conjunto,
que ameaça soçobrar,
em agonia plangente.

Quero desistir. Tenho de fugir!...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Sonho Adiado


Em suspenso, como que presa,
como se pudesse enlear-me mais,
sinto a indecisão da escolha...
Fechar o ciclo,
aberto, faz tempo,
concluí-lo, encerrá-lo,
virar costas, ir em frente,
obstruir o sonho,
aprisioná-lo nas entranhas do tempo,
barrá-lo confundindo-o,
para poder soterrá-lo e esquecer...

Mas, na ilusão da espera,
no desassossego do sentir
prenhe de esperança,
na ambiguidade do possível,
irrompe o desejo abrasivo,
em volúpia orgástica esvaída,esvaziada
no deleite solitário,
nostálgico, cristalizado...
Perplexa, vacilante, hesitante,
quedo na expectativa de realização,
deste Sonho meu adiado...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Ainda a Distância


Nu. Espaço fechado, abafado.
Preocupado: Outro.
Ausente, na presença do ser,
Presente na ausência do parecer...
Seguro? Cansado, marcado!...
Na solidão acompanhado,
eras um outro e o mesmo...
Foste assim ao entardecer,
num rompante, a desaparecer,
para o aconchego buscar,
noutro lugar.
Sim! Por que não?
Eras, numa expressão,
o ser, o desejo, a vida.
E, repentinamente a distância,
de novo, densa, prenhe, intensa:
tão depressa se esvai,
no reflexo do olhar,
a certeza do querer...

Em cada instante que flui,
na comunhão do crescer,
fica selado o prazer,
relegado para o sonho,
este meu tão bem querer...

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Surpresa/Apreensão

"(...) fazemos o que sabemos
mas não sabemos de todo o que fazemos.
Se tivéssemos sabido mais ou melhor
é de supor que
teríamos actuado de outro modo." (Savater)



Agi sem saber o que fazer,
descrente, perante o inesperado,
sentindo que podia ser ilusão,
a pulsão que então se manifestou...

Ainda nem caí em mim,
inebriada mas também assustada,
com receio de novas ilusões,
num risco de maiores decepções...
Nem consigo raciocinar!...

Parece que o meu sonho quer ser!...

Deixarei transparecer na essência,
o louco querer desenfreado,
que me anima, me extasia,
e me restitui a dignidade?!
Ou, deixarei a surpresa cair,
evitando o perigo do sofrimento,
perante a incerteza do sentir?!

Eis a escolha que se impõe
e me obriga à interna/intrínseca decisão,
de sim ou não...

Perdoa, meu amor, esta minha apreensão...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Rumo ao Futuro/Presente feito Ausente


De novo sem rumo...
Uma vez mais, o problema da escolha,
dos meios e dos fins em simultâneo
e novamente a incerteza,
perante a expressão do ser,
que teima em não se abrir,
que escolhe não se comprometer...
Aceitar o instante, o fugaz,
porque isso é vida, determina a escolha...
Se a vivência do instante
e da fugacidade do ser,
se me apresenta como um sopro,
como um raio de luz,
me dá alento e me confisca o existir,
serei capaz de me surpreender,
ao aceitar, sem questionar?...

Queria ser como tu



Queria ser assim,
segura como tu,
linda também...
Logo fresca pela manhã,
ironizar e sorrir,
qual sol primaveril
ao despontar matinal.

Seria mais alegre,
mais feliz também,
e, quem sabe,
talvez o teu sonho...
A distância não seria,
o carinho perduraria,
e a paixão permanecia.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Desistir/Resistir...


Queria acreditar que a vida um dia sorriria de forma mais intensa, de uma maneira mais cálida e aconchegante. Senti que poderia ter um ombro amigo que me estendesse a mão quando precisasse. Sonhei que um dia poderia encontrar o meu complemento e com ele poder descobrir novas maneiras de ser...


Em cada instante, vou descobrindo que estou mais só e a cada momento reconheço as minhas limitações, as fragilidades, a tristeza de me descobrir velha (menos nova, menos interessante, mais decrépita) e menos descernida...
Procuro ainda, neste meu percurso, encontrar raizes para poder deixar algumas lianas a que meus filhos se possam agarrar quando estiverem sós e as lágrimas rolarem pelas suas faces ao sentirem que a solidão é dolorosa. E, sinto cada vez mais dificuldade em me aguentar nessa construção, reconheço mais insistentemente a necessidade de deixar cair os braços e largar em retirada, de fugir para onde ninguém pudesse ver-me...

Ainda sinto o sal da tempestade que desencadeaste e a saudade do teu afago, seguido de um sorriso e um doce abraço...
Acreditei! Confiei em ti!... Desiludiste-me tanto, tanto!... E bastava apenas uma palavra, um sorriso, um olhar e tudo seria de novo belo, lilás, esperança...

Tenho dentro de mim uma tristeza imensa porque os dias passaram a ser mais iguais do que outrora. E, apesar de tantas coisas boas que vão acontecendo em cada esquina, este desfalecer, esta louca ilusão que definha e se esvai na eterna espera debalde, alteram as sinfonias, esbatem os raios de luz que me deviam guiar... Apesar dos arco-iris, sinto tanto cansaço acumulado...Tenho de deitar tudo para fora em torrentes tempestuosas para recomeçar de novo. Mas, como chorar sem que se dê conta, sem que se perceba?

E o soluço no peito é um doloroso tormento...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Tormento Renovado


Quem pudesse voltar atrás no tempo:
a cada detalhe prestaria renovada atenção,
observaria concentrada todos os pormenores,
não deixando fugir nenhum condimento,
nenhum adereço, adorno ou enfeite
que pudesse parecer supérfluo à primeira vista,
encontrando uma forma consentânea de agir,
que me permitisse não te perder.
Saber que terei provocado o afastamento,
é o meu maior tormento.
Hoje poderia ser feliz,
poderia rir com alegria e satisfação...
Estou derramando uma lágrima
que teima em saltar-me dos olhos
e que eu escondo do público que me rodeia...
Mais um ano e o mesmo sentimento...
Tenho fome, sede e desejo!... Tanto!...
Hoje, queria poder dizer-te: Amo-te!...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Cinzento ser...


Teu rosto dolorosamente cansado,
denota algo diferente
do que sempre manifestou...
Senti haver desencanto,
ou desalento contido,
de tanto, tanto investir...

Quisera ser afago terno,
abraço reconfortante de
energia em livre espaço
de renovação e partilha...
Apenas sou cinzento ser,
de saudade ao entardecer.

No horizonte, sou o pôr de sol,
o escurecer do dia,
que traz a solidão da noite,
o pesadelo do sonho...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Passado? Presente eterno?...


Verifiquei datas e palavras.
Encontrei teus dizeres apaixonados
num papel escondido, dobrado, passado...
Pensei e perguntei-me porquê.
E, uma vez mais, não consegui controlar,
não fui capaz de me aguentar: chorei...

Analisei melhor e mais discernida
para ver se percebia o padrão.
Não conseguindo identificá-lo,
maldisse o meu destino, a minha sina...

Quantas vezes estou num caminho (que julgo) linear,
e de repente, sem perceber porquê,
sem descortinar razões nem intuir sequências,
tudo se desmorona, se transforma e se perde
sem que perceba, sem que encontre justificação...

Depois, quando caio em mim,
não consigo perceber o que verdadeiramente aconteceu.
Apenas sei o que perdi... E dói sempre. E muito!...

Será que o problema está em não saber verbalizar o que sinto?
Ou, será a forma de dizer o meu sentir
que demasido brusca, directa, franca e muito sincera,
poderá fazer, os outros, sentirem-se em perigo?...

Será num destes aspectos que está a razão das minhas perdas,
residindo nesta aprendizagem o meu Karma?...

Enquanto não aprendo, relembro, revivo,
em cada memória o belo fogo que nos animou e,
recordo um sonho que não foi apenas meu...


"Viro-me para trás , para o passado , não resisto;

Olho e o passado é uma espécie de futuro para mim
."

Álvaro de Campos

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