quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Desespero

Reconhecidamente nada vale a pena na vida e, os sentimentos ainda menos valem... Desolada, nem as lágrimas já sou capaz de estancar... Gostaria de me reconhecer gente e, descobri, num reflexo, que nada fui e também nada serei, senão instante, na fugacidade do ser...

Apesar de ter interiorizado cumplicidades, interesses e maneiras de sentir próximas, tudo se perdeu no tempo, também com a distância... Vivi na inefabilidade das nuvens, fui alegria e riso e calor...

Depois veio a desordem e o caos, o não saber porquê... Passei em turbolinho pelo tempo e pela vida, num conflito profundo de emoções contraditórias, a fazer-me de forte, porque acreditei e quis acreditar que teria sido verdadeiramente alguém um dia...

Espero sobreviver sempre às derrotas na vida... Tenho ainda a expectativa de me tornar menos crente, melhor, menos crédula... Procuro na minha introspecção quotidiana atribuir-me valor para, sem precisar de reforços exteriores, poder sorrir verdadeiramente por viver intensamente o presente, a vida...

Escrevo porque desabafo e sei que não me lerás. Sou/estou desiludida, triste, e inconsolável... Infeliz por me saber esquecida... mas, viva ainda assim...

domingo, 17 de dezembro de 2006

Maturação ou mito do Peter Pan



Será crescimento o ser capaz de aceitar o inevitável apesar da revolta e da tristeza? Será amadurecimento o reconhecer que tem de se levar a vida para a frente quando se perdeu um amor? Será maturação deixar as lágrimas sulcarem o rosto quando relembramos o passado, ou relemos nas entrelinhas, o implicíto/explícito de uma declaração de amor? Será que a maturação tem coisas destas, difíceis de interpretar e compreender?...
O tempo, de facto, faz andar a roda e, umas vezes é para a frente, e outras para trás…



É com alguma serenidade (a possível quando se sofre), ainda que com mágoa, que hoje escrevo estes meus sentimentos após a leitura de algumas mensagens esquecidas no tempo e te digo que não compreendo esta roda dentada que ora anda para a frente, ora roda para trás. Apenas me recrimino por ter acreditado e acreditar, por sentir e relembrar emoções fortes que produzem um nó apertado e uma tensão desigual que confundem e corroem...
A desilusão e o sofrimento serviram para me fazer acordar do deslumbramento em que me encontrava, qual criança ou adolescente embevecido perante a beleza ofuscante do sentimento mais sublime, perante o fogo aceso da paixão... Caí na real e doeu-me saber quão difícil foi passar uma esponja e recomeçar, quão doloroso foi enfrentar e seguir... Como se nada tivesse acontecido ou, como se o sentimento não existisse ... Que louca vida esta, tão cada vez mais sem sentido, tão cada vez mais (ir)racional...
Meu filho diz e por vezes concordo com ele: Como seria bom não crescer...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Reflexos

Hoje senti que vale a pena lutar por um mundo diferente porque, de facto, mudamos alguma coisa.
Somos diferentes e isso nota-se. Não sem que as marcas da diferença se manifestem e reflictam as opções, as escolhas arrojadas e entusiastas que foram efectuadas...
Procurar mudar o mundo é uma tarefa gigantesca e a coragem, por vezes, esgota-se...
Tenho receio de não conseguir ser verdadeiramente corajosa para levar por diante, por algum tempo, as escolhas e opções que fiz na vida.
Preciso de reforço pois os reflexos nem sempre iluminam o caminho.

O percurso que pretendo levar por diante, dia após dia, é tão penoso Deus meu...
Espero encontrar companhia para não desfalecer.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Consciência(?)

Dei-me conta de que afinal a fantasia e a esperança não me levam a lugar nenhum pois sinto que o que tem de ser, será mesmo que não se queira.

Claro que o recordar, o não esquecer, dizem respeito a vivências e sentimentos nutridos por outras pessoas,outras re(ra)lações outros seres capazes de tirar do sério o ser mais racional que já conheci. Como fui tola em pensar que poderia ser diferente, gente... Como fui ingénua em acreditar...

Passarei a partir de hoje a escrever mais sobre aquilo que me faz crescer e ser mais eu e menos a minha ilusão...

Chega de viver tantos e tão profundos desencantos.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Esperança


Tal como o outro diz, a esperança, tal como a intuição, são "coisas de gaja"... Mas, e a revolta e o sentimento de raiva, sê-lo-ão também?
A esperança ainda existe para obnibular o descernimento da fria e racional cabeça. Contudo, a cada passo, reconheço maiores dúvidas face à vida.

Esperança é a "expectativa de um bem que se deseja". Almada Negreiros coloca a questão de saber se a esperança é "uma pobre mãe louca que quer pôr o filho de pé?". e, num dos seus poemas, acaba por pedir para que esta o engane mas que o não deixe sem nada.
"A esperança é a filha do desejo, mas não é o desejo. Constitui uma aptidão mental, que nos faz crer na realização de um desejo." Gustave Le Bon

Vivo de "recuerdos" e fantasias...
Serei, ainda assim, alguém que foi princesa um dia
e, como reconfortante foi saber-me, então, mulher...
Hoje, é ainda essa a lembrança que me anima
nos dias mais cinzentos e frios,
mais escuros e planos da minha vida.
Bem haja por teres possibilitado ter-me sentido gente viva.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Boa ideia


Era uma boa ideia...
De repente perdeu encanto...
As sombras e os reveses ilustraram o desencanto de navegar sem rota,
de caminhar sem Norte...
No entanto a ideia prevalecia, surgia ocasionalmente, qual flash que reflecte a luz (as ideias, nomeadamente as boas, são consideradas luminosas)...
E, se fosse ainda interessante? E, se o encanto inebriante da sedução voltasse a manifestar-se, fosse uma nova etapa de construção?!...
Não posso esquecer esta ideia que considerei boa e se me apresenta tão iluminada...
Tenho de a colocar à frente do caminho, qual bússola,
para que ilumine a estrada, para que a viagem possa ser reparadora...
Será, de facto, uma boa ideia, tenho a certeza...

Outros contextos

Foi mais um dia de comemoração presente e foi lindo!

Afinal há mais água a passar debaixo da ponte e, apesar de não ser a mesma água, não deixa de ser, ainda assim, água, moléculas de H2O. Apenas o tempo muda e também a distância, em sintonia com as leituras que estou fazendo...

Ganhei hoje em auto-estima. Foi-me dada atenção, carinho, ternura. Os olhos beberam, reconheceram a admiração e foi bom sentir...

Quase me atrevia a ser de novo...

Ainda me questionei, mas, como avançar sem lei?

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Entusiasmo


Ideia excepcional!... Aderi, uma vez mais, com entusiasmo. É normal em mim este entusiasmo... Sei que resultará. A assertividade será o lema e que importa se ninguém ler?!

O que existe noutros contextos, nem sempre se entende, pelo seu desconhecimento. Conhecer o contexto é um dos critérios fundamentais para poder entender o mundo e o que nos rodeia, a par com o conhecimento (domínio) do código, e supondo que o canal é passível de passar a mensagem.

Quis imaginar ser para mim o pensamento, aquele sentimento, a viagem no combóio...


Prefiro esquecer. Quero olvidar... Afinal para que correr e saltar se tudo tem de correr como deve ser, de acordo com a ampulheta na medição do tempo?…

É com base neste saber que caminharei para o infinito buscando novos voos no céu repleto de abutres que insistirei em percorrer, voando, qual Fernão Capelo Gaivota rasando o abismo.

Nesta fase da vida, eis-me vontade e coragem...

Bem vindos!

Arquivo do blogue