Cada nascer de sol mostra,
na sua presença matinal,
a intensidade e a força do dia,
a potência que se actualiza e se manifesta,
plena de possibilidades para todos.
Cada instante, milimetricamente vivido,
mostra a pujança do elan vital,
no esplendor das escolhas singulares,
pelo rigor das decisões tomadas/firmadas,
e por cada juizo e julgamento emitidos,
num remoinho de emoções,
num turbilhão de sentimentos
que condicionam a liberdade pessoal
e também a de grupo)...
Em cada anoitecer, na penumbra de um adeus,
reconhecem-se as fragilidades do agir,
reflectem-se as inseguranças do ser,
questionam-se as angústias do existir,
interiorizam-se novas formas de proceder,
promessas de
um acontecer melhor,
mais sereno e calmo,
mais doce e harmonioso.
De novo, potência do desejo que se tornará acto
no diálogo consentido de si para si mesmo,
no devir feito esperança, progresso,
aperfeiçoamento e sucesso de valorar e ser...
E, cada novo dia, de novo, pelo fresco da manhã,
submetido à ordem do ser e do acontecer,
raciocinam-se nexos de causalidade diferentes
que não perturbem e não impeçam a práxis sedutora,
pela consentida certeza da plena positividade,
tornada garantia de realização...
Ver o mundo com olhos de criança,
é um lema de vida a não esquecer,
é percurso promissor de êxitos,
previstos, presumidos, propedêuticos,
é bálsamo mágico de concretizações,
cujo desassossego não perturba.
É útero, é afago, é colo, é aconchego:
é vida!
A complexidade do mundo escapa ao olhar desta criança...