sexta-feira, 26 de novembro de 2010

QUIERO TOCARTE

"Quiero tocarte;
Borrar distancia,
Y sentir
De frente tu respirar.
Mirada que traspasa
Mi alma
Para fundirse en el tiempo.

Quiero palpar;
Tu piel y tu corazón.
Beber de tu vida,
Nutrirme de ti.
Perderme y hallarme
En superficie y profundidad."

Mercurio
Maestra, traductora y psicoterapeuta norteamericana residente en México.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Soldadinho...

Soldadinho de vintém,
sem ninguém.
Guarda a alma
e a arma também...
Que importa a vida
se a morte é espera
e a sorte uma quimera?
Soldadinho de vintém,
sem ninguém,
és alguém?
Tão só sonhos,
arco-íris sensação,
nas chuvadas de então
sem ninguém na contramão.
Sózinho sem solução,
destemido, pois então,
mas carente e omisso.
Contenção e suplício,
porque sem vintém,
soldadinho,
não serias, jamais, alguém...

Desespero...

Feita de esperas
entardece a tarde
de merendas e quimeras
sem vontade,
sem desejo de controlar.
São as demoras nas horas
que os quartos não contêm
e as meias contrariam
nas intensas maresias
que os crepúsculos
sorrateiramente descaiem
em paráfrases e metáforas
de cambraia...

São milessegundos de ser
que se entretecem
nas agonias do padecer
que os ensombrecem.

Horas e demoras
de esperas em desespero
de te ver.

Dizer-te amor...

Dizer-te amor, numa palavra,
num tempo que se perde,
no vazio dos dias
que se seguem, tristes,
nos distantes acenos,
de lenços que se não vêem
e apenas se pressentem...
Dizer-te amor, num sussurro,
dos gritos de silêncio
que se me afogam,
na desdita de os sentir morrer
no fundo da minha garganta muda...
Dizer-te amor, num eco
que se esfuma,
nas saliências recônditas
de incríveis âncoras,
prisões de ínfimos rumores,
de desejos incansavelmente repetidos
e ininterrupatmente adiados...
Dizer-te amor, num sinal de saudade,
dum roteiro de ilusão
levianamente projectado
em promessas impossíveis,
de sonhos irrealizáveis,
inolvidáveis utopias...
Dizer-te amor, num sorriso
de despedida,
de fácil e serena aceitação
do nada que é, que foi tudo,
em singela abnegação...
Dizer-te meu amor,
no íntimo da solidão
que habita e preenche,
este meu pobre coração
que de memórias vãs,
se enfeita e se enfrenta
e se transmuta e reinventa...

Bem vindos!

Arquivo do blogue