quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Absolutamente!...

Se não fosse este vazio,
esta agonia insana,
este amuo constrangido,
este coração desfeito,
poderia suplantar-me,
buscar novos desafios,
sorrir e congratular-me.
Poderia abrir meu peito,
batalhar outras riquezas,
libertar-me deste aperto,
destas garras de despeito.
Quase autómato, resisto.
Por quanto tempo? Como?
Que interessam os porquês?
E os onde e os para quê?!...
Que crescimento promovem
os reveses pontuados?
De que são feitas as emoções?
De que vale a vontade?
Queria entender teu sentir,
o segredo da tua alma,
a força do teu olhar,
a vontade da razão,
os alicerces da emoção.
Queria poder reagir
ao bárbaro desejo de ser
e, num silêncio sepulcral,
baixar braços: desistir,
absolutamente!...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sussurros incandescentes

Brota do fundo de mim,
a segurança da verdade.
É minha crença sem fim,
garante de liberdade,
o que espero de mim,
e o que anseio de ti,
partilha de serenidade.
Na secreta e firme certeza
de confiar na natureza,
serei a doce esperança,
de me saber ainda princesa,
e perene minha lembrança...
Fui regalo de horas nuas,
sem ponteiros frios no tempo,
por dias e dias de romaria,
em sôfregos momentos plenos
de incandescentes sussurros,
companheiros de atropelos
e de inolvidáveis desvelos...
Ainda que imprevisível, a vida,
foi capaz de grandes feitos.
Apesar de estranho o sentimento,
do profundo e louco desejo,
de ser outro em outro olhar,
e ainda um terceiro, a denunciar,
enorme explosão de emoções
que foi urgente silenciar,
sobressai a ingenuidade,
de uma paixão com verdade...

sábado, 27 de outubro de 2007

Mestre de eleição

Presença benfazeja,
sempre enobrecido,
empolgado e empolgante,
caminheiro lutador,
não vacilando ao alvor,
com força de diamante.
Entusiasta. Empenhado.
Vais estendendo o universo,
em explicações convictas,
aumentando conhecimento,
modos de ser e fazer,
que com sentido fazem crescer.
Como te admiro a essência,
valente sem dependência,
força de ir e voltar,
navegador em alto mar.
E, ainda te dás com ternura,
tolerando, com brandura,
anseios novos, afeição.
És amora campestre
que me regala e aquece
sempre que estendo a mão.
És meu deleite parceiro,
referente e companheiro,
querido mestre de eleição.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Retornar princesa

Pudesse eu cantar-te,
soprar-te o meu talento,
dizer-te o meu encanto,
ganhar teu interesse,
acertar o passo,
volver desejo,
saciado com beijos
e admiração tamanha...
Quiseras tu
caminhar a passo,
envolver-me em abraços,
dotar-me de grandezas,
reenamorar-me,
retornar princesa,
em teu dizer de afagos...

Sedutoras magias brancas,
perturbadoras,
que nos sonhos reflectem,
meus delírios,
minhas esperanças,
cujo ser rejuvenescem,
nos imprevisíveis enleios,
dos inolvidáveis paleios,
que deslumbraram,
e ingenuamente encantaram...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

EZ Special - "Sei Que Sabes Que Sim"


E que para mim
És o mundo lá fora
Não há nada a fazer
Nem nada a dizer
Aqui e agora

Deixa à volta o mundo
Vai ser o que o tempo entender
Nem tu tens de o dizer
Só tens de o sentir
Se Sabes que Sim
e que para mim
És o mundo lá fora

Olha para mim
Se estiveres a fim
Falamos depois
A qualquer hora

(...)

Meu sonho lindo

A ânsia que me confina,
me envolve e me oprime,
causa agonia e queixume,
a cuja tristeza és imune.
Sinto um vazio profundo,
no espaço do meu mundo,
onde te vejo distante,
sem o desejo do amante.
E com o coração às voltas,
desejo-te nas notas soltas,
das serenas melodias,
com que engendro sinfonias,
que me ocorrem e guiam.
Ainda és o meu sonho lindo,
com que nas noites me brindo,
em serenos sobressaltos
de vagas doces carmesins,
expressas em rubros espasmos.
Só não compreendo este aperto,
este buraco em meu peito,
que tanto dói e desalenta,
e que magicamente deleita.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Valeu...

Valeu para sentir que sou gente.
Valeu para esquecer a esperança.
Valeu para saber que nada vale.
Valeu para me reconhecer vazia.
Valeu para parar de lutar.
Valeu para abandonar os sonhos.
Valeu para me meter no meu canto.
Valeu para desejar partilhar.
Valeu para aprender a não confiar.
Valeu para viver angústia.
Valeu para querer separação.
Valeu para saborear desejo.
Valeu para crescer pela dor.
Valeu para dominar a paixão.
Valeu para amordaçar o coração.
Valeu para idealizar o céu.
Valeu para conceder o perdão.
Valeu para escrever emoção.
Valeu. Mas, já não vale mais...

Deixa-me ser contigo!

Deixa espontaneamente dizer-te
o que me vai na alma.
Permite acariciar-te,
fazer-te um mimo ternurento,
observar-te longamente,
sem pressas e sem entraves.
Deixa perder-me no teu olhar,
relaxar em teu abrigo,
encontrar-me no teu sorriso,
descansar no teu ombro,
esconder-me no teu abraço,
adormecer no teu regaço.
Deixa-me ser contigo!...

sábado, 20 de outubro de 2007

E...

E, há vezes que por vezes,
apesar de parecer,
as vezes não são vezes,
infelizmente...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Às vezes...

E, às vezes a vida encolhe...
por nada ou por tão pouco!...

Às vezes,
as vezes são vezes,
que por vezes não tememos e,
outras vezes as vezes não são vezes
que iluminem os percursos
e facilitem as opções...

Às vezes são vieses que nos dão,
são amarras do coração,
são inoperâncias do sistema...

Às vezes dói-nos o ser e o parecer,
a vontade e o desdém,
e por vezes soi dizer,
que desistir é mesmo um bem...

Às vezes, valia mais adormecer,
baixar os braços e de vez perder ,
o sonho ideal que nos guiou,
por inúmeras veredas do caminho
que por vezes perdurou...

Há vezes em que as vezes morrem
e com elas os desejos e os anseios...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Duros vendavais trajam tua ausência

Soterram-se os abrolhos
que tendem a jorrar,
nos longos cinza matinais
dos dias outonais.
Esses duros vendavais,
trajam a tua ausência,
na distante permanência,
de imprevisível silêncio
que causam feio sofrimento.

Bailam as emoções...

Bailam as emoções.
Entrecruzam-se.
Volteiam em arcos,
sinuosos percursos,
de vai-vem encrespados.
Brotam enfeitiçadas,
seduzidas, fascinadas,
saltando escolhos,
ritmando os sonhos,
de futuros risonhos.
Ressurgem nos gavetos,
esquecidas dos prantos,
presas irrequietas,
de um poderoso encanto.
Reavivam-se labaredas,
olvidam-se degredos,
renovam-se espectativas.
Constroem-se esperanças,
organizando danças
de damasco e cetim,
presas desse jasmim
que enlevam meus olhos,
porque quando te revejo
reacende o meu desejo.
As velhas-novas emoções,
cantam suave fantasia,
no segredo do dia a dia,
para eu não soçobrar,
nas sequelas deste mar,
que entre nós tu interpões.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Eras tu mais eu

Eras tu mais eu,
no meio da multidão.
Apenas nós valíamos,
somente tu e eu,
diferente sentíamos...
Eras tu mais eu,
no meio do mundo,
sabendo-nos próximos,
mais juntos,
mesmo no silêncio,
e apesar da distância...
Eras tu mais eu,
apenas nós no olhar,
e também no querer.
Tudo o resto figurava,
no plano da alvorada,
como se sombras fossem,
de névoa ou algodão doce...
Eras tu mais eu,
apenas nós de novo,
capazes de lutar,
felizes pelo fado,
nosso ideal buscado,
tornado mais real,
no quotidiano, concretizado...

sábado, 13 de outubro de 2007

Olhar balsâmico

Ávida de um beijo
que pudesses dar-me,
desejosa de um mimo
que pudesses oferecer-me,
reinvento o quotidiano,
reaprendo a serenidade...
Apesar da presença,
e da intensidade do olhar
com que me presenteias,
deve cumprir-se a distância,
tem de garantir-se o silêncio...
O teu doce olhar,
é o bálsamo do meu anseio,
o serenar do meu desejo...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

D. Quixote em demanda

Constrangida a palavra,
Cansada, aniquilada
Na côncava esfera,
Apaziguada pela chama,
Envolta em teias senhoris,
Revolta de puros ardis,
Cuja retoma se renova,
E ora reacende e apaga,
Face ao vento e ao lamento,
Numa chama de carmim,
De desejo e frenesim.
Eis que sou tal entusiasmo,
Tal qual um cavaleiro andante,
Um D. Quixote em demanda,
De um puro Graal,
De um milagre forçoso,
Doce e generoso,
De emoção ao rubro,
Reflexo de fascínio e sedução,
Transparente e sereno,
Aconchego do meu coração.
E do teu, por que não?

Tenho medo de viver...

A cada nova tentativa,
a dureza da investida,
de não poder ser por agora,
de evitar a dupla vida,
de esconder a deriva
que o coração não tem
porque não gosta,
porque não teme o desdém...
Face à desdita sentida,
aos solavancos do percurso,
nos vai-vem e nas arrecuas,
do desalento disforme,
do desencontro provocado,
de desejos negados,
de promessas desavindas,
de compromissos escusos,
promíscuos mas difusos,
de um ser que parece,
de um parecer que padece,
por não poder ser,
por não querer sentir
e que por isso esquece...
Tenho ganas de fugir,
tenho medo de viver...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

És tu e eu...

Vale tanto o silêncio
quanto a palavra redonda,
e o que ela silencia,
em sua doce presença,
devota e com premência,
e que ignóbil denuncia,
a tormenta do espírito,
a dor do pensamento,
e o pesado sofrimento,
do inglório martírio.
É na certeza do mistério
que me confundo e me espanto,
e derramo enorme pranto,
de inefável desalento,
cujo desejo recalcado,
reaviva e promete,
novas formas de alimento,
de ausências permanências,
com constantes afastamentos...
És tu e eu, num esconde-mostra,
num diz que sim, mas que não,
que consdescende e aniquila,
que acarinha e maltrata,
que rude lança e desalinha,
acertos e desacertos,
numa indefinida ladainha,
irreal, ilusória, mesquinha,
tão inglória quanto tontinha...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Sei que hei-de amar-te...

Sei que hei-de amar-te
ainda e tanto,
que espero fugir ligeira
do pranto da tua ausência...

Espero caminhar vida fora,
ganhar com a tua demora,
uma carapaça dura e sorrir,
lograr esquecer de vez
este inoportuno sentir...

Desatei a tristeza... derramei a saudade

Caminhei por entre o silêncio
das giestas, dos carvalhos,
dos pinheiros e das urzes,
saboreando amoras silvestres,
enroscada em silvas e bogalhos,
e xistos de quartzo,
sem presenças vis,
à procura de memórias infantis:
- Olha a casa do Ti'aniel!!!
- Aqui caímos da burra...
Fui encostada ao riacho,
ao encontro da história,
olhando o agrião agreste,
as meruges, as urtigas,
os choupos e os ciprestes...
Desatei a tristeza,
derramei a saudade
e as lágrimas saírem,
sorrateiras, presas ao âmago...
Chorei a credulidade "abusada",
de infância e inocêcia amputadas...
Chorei a verdade inesperada,
e a dor deste amor impossível.
E, nem as memórias e o cansaço,
me libertaram desse abraço,
que há tanto tempo recordo,
e dentro do peito transborda
e o revivo e reinvento,
e em cada esquina o lamento
e o espero e o sufoco...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Ir...

Fugir?!... Ir:
Ocupar a mente,
baixar às raízes,
às memórias recônditas
das saudosas meninices,
relembrando o tempo,
cujo tempo não passava,
apesar da brevidade
com que os jogos acabavam,
nos dias afinal curtos,
para tantas folias...
Até o sol era outro,
num céu de um azul profundo,
minha terra, minha gente,
semente do meu fazer...
Relembrar felicidade,
única fase prazenteira,
de tão amena cavaqueira,
num crescimento sereno...
Ir e ficar. Por que não?
Talvez limpasse o coração
desta dor alucinante,
de me saber só e incapaz,
de garantir realização,
com menor frustração...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Encalhei no lusco fusco...

Vesti o manto triste
bordado de vendavais,
em fria noite esculpido,
na rocha deslavada,
no cristal esfacelado,
traduzindo pedaços,
em espaços sinuosos
de cansaço desilusão...
Despi o sorriso cristalino,
banquei a alegria dourada,
para soletrar verdades,
inevitavelmente encarceradas,
retesadas pelo silêncio,
grávidas de desejo,
tentadas pelo encanto,
definhando em pranto,
como se nada fosse...
Perante meu peito nu,
construí robusto muro,
como se o fazer de conta,
não fosse o meu futuro,
e houvesse ainda esperança,
latente, brilhante, ofuscante,
fio de luz transparente,
alumiando o presente...
Encalhei no lusco fusco
que mal vislumbrei outrora
e que se extingue agora,
valente mas agonizante,
oprimido, definhante,
com planos obstruídos,
por não ditos consentidos,
opções imprevisíveis,
brutais punhais de desenganos...
Caminharei(?) ciente do vazio
que o teu corpo não preenche,
porque o cérebro teima,
e o coração obedece,
apesar do logro,
apesar da chama
que a tua razão esquece...

Pensamento

"Ainda que eu conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada serei. O amor é paciente, é benigno, não se exaspera..."
(Paulo de Tarso - sec.I)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Queria dizer-te...

Acabou, tudo. Findou...
E, o soluço seco no peito,
endureceu, potenciou
a certeza da queda,
o desespero da "perda",
a agonia da tristeza,
intrínseca, plena,
a "bruteza" da frustração...
Queria tanto
dizer-te

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Nãooooo!!!!

Não tenho vontade de ser,
nem de pensar,
nem de saber...

Bem vindos!

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