Absolutamente!...
Se não fosse este vazio,
esta agonia insana,
este amuo constrangido,
este coração desfeito,
poderia suplantar-me,
buscar novos desafios,
sorrir e congratular-me.
Poderia abrir meu peito,
batalhar outras riquezas,
libertar-me deste aperto,
destas garras de despeito.
Quase autómato, resisto.
Por quanto tempo? Como?
Que interessam os porquês?
E os onde e os para quê?!...
Que crescimento promovem
os reveses pontuados?
De que são feitas as emoções?
De que vale a vontade?
Queria entender teu sentir,
o segredo da tua alma,
a força do teu olhar,
a vontade da razão,
os alicerces da emoção.
Queria poder reagir
ao bárbaro desejo de ser
e, num silêncio sepulcral,
baixar braços: desistir,
absolutamente!...