segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dizer-te amor...

Dizer-te amor, numa palavra,
num tempo que se perde,
no vazio dos dias
que se seguem, tristes,
nos distantes acenos,
de lenços que se não vêem
e apenas se pressentem...
Dizer-te amor, num sussurro,
dos gritos de silêncio
que se me afogam,
na desdita de os sentir morrer
no fundo da minha garganta muda...
Dizer-te amor, num eco
que se esfuma,
nas saliências recônditas
de incríveis âncoras,
prisões de ínfimos rumores,
de desejos incansavelmente repetidos
e ininterrupatmente adiados...
Dizer-te amor, num sinal de saudade,
dum roteiro de ilusão
levianamente projectado
em promessas impossíveis,
de sonhos irrealizáveis,
inolvidáveis utopias...
Dizer-te amor, num sorriso
de despedida,
de fácil e serena aceitação
do nada que é, que foi tudo,
em singela abnegação...
Dizer-te meu amor,
no íntimo da solidão
que habita e preenche,
este meu pobre coração
que de memórias vãs,
se enfeita e se enfrenta
e se transmuta e reinventa...

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