quinta-feira, 26 de julho de 2007

Como o tempo muda tudo e nada !...

Quisera afundar-me no poço,
lançar-me ao vento,
libertar-me e voar,
não só no pensamento!...
Desintegrar-me,
deixar de ser,
entrar no silêncio,
transmutar-me...
Esquecer o devir,
e a mudança
que sempre acontecem
num eterno sempre,
absoluto e indefectível?...
(Re)conhecer como o tempo,
muda tudo e nada,
como transforma e altera,
toda a realidade,
toda a vida,
todo o ser,
com o lancinante passar dos anos,
com o crescimento provocado,
com o desejo tolhido!...
E o eu que então se estilhaça,
que implode e se desvanece,
nas lentas e sofridas luas,
nas sombras dos vendavais,
no breu das noites profundas,
semelhantes ao latejo do medo,
ao degredo dos sóis,
ao inferno do outro (dos outros),
no purgatório da ansiedade,
cuja sublimidade,
em vez de enaltecer,
inusitadamente, fenece...
...

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