quarta-feira, 4 de julho de 2007

Querer e não querer...

Queria ser outra de mim mesma, em cada instante que me descortino tão intensamente terrena, tão previsivelmente humana, tão insaciavelmente criança...
Queria em cada segundo do meu existir para ti, reconhecer-me na tua mensagem, reflectir-me na tua decisão, rever-me no teu orgulho...
Queria nos espaços em que te imagino e te invento, dar-me conta do quão intrusa posso ser, de quanto inoportuna me apresento e me confundo com medo de não ser...
E em cada noite madrugada que incólume me aceita e me acolhe na limpidez da página virgem que se me oferece, reinvento-me outra diferente, ainda que com os mesmos trages e as mesmas crenças inconfundíveis que transporto nos genes do desejo que enfrento até se fazer sol, na manhã de um outro dia. Aí socumbo uma e outra vez mais à sedução dos teus encantos e afundo-me novamente nos tormentos da paixão, querendo e não querendo, sorrindo e chorando, amando e sofrendo, chegando a sentir náusea de mim mesmo...

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