quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Encalhei no lusco fusco...

Vesti o manto triste
bordado de vendavais,
em fria noite esculpido,
na rocha deslavada,
no cristal esfacelado,
traduzindo pedaços,
em espaços sinuosos
de cansaço desilusão...
Despi o sorriso cristalino,
banquei a alegria dourada,
para soletrar verdades,
inevitavelmente encarceradas,
retesadas pelo silêncio,
grávidas de desejo,
tentadas pelo encanto,
definhando em pranto,
como se nada fosse...
Perante meu peito nu,
construí robusto muro,
como se o fazer de conta,
não fosse o meu futuro,
e houvesse ainda esperança,
latente, brilhante, ofuscante,
fio de luz transparente,
alumiando o presente...
Encalhei no lusco fusco
que mal vislumbrei outrora
e que se extingue agora,
valente mas agonizante,
oprimido, definhante,
com planos obstruídos,
por não ditos consentidos,
opções imprevisíveis,
brutais punhais de desenganos...
Caminharei(?) ciente do vazio
que o teu corpo não preenche,
porque o cérebro teima,
e o coração obedece,
apesar do logro,
apesar da chama
que a tua razão esquece...

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