quarta-feira, 10 de outubro de 2007

És tu e eu...

Vale tanto o silêncio
quanto a palavra redonda,
e o que ela silencia,
em sua doce presença,
devota e com premência,
e que ignóbil denuncia,
a tormenta do espírito,
a dor do pensamento,
e o pesado sofrimento,
do inglório martírio.
É na certeza do mistério
que me confundo e me espanto,
e derramo enorme pranto,
de inefável desalento,
cujo desejo recalcado,
reaviva e promete,
novas formas de alimento,
de ausências permanências,
com constantes afastamentos...
És tu e eu, num esconde-mostra,
num diz que sim, mas que não,
que consdescende e aniquila,
que acarinha e maltrata,
que rude lança e desalinha,
acertos e desacertos,
numa indefinida ladainha,
irreal, ilusória, mesquinha,
tão inglória quanto tontinha...

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